A madeira na mão um toco de imbuia cheirosa Pedindo pro Jora da Marcenaria Estrela tornear O pião pra jogar com a gurizada na rua descalça Que a fieira tinha tirado de uma cortina de casa
O Seu Jora só perdeu um instantinho-prosa daí Surgiu o pião rombudo qual coxinha de frango Marrom lixado e um prego sem cabeça na ponta Pro bicho correr doido como a bailar fox-trot
O pião na mão e o movimento no colo da idéia Rua cheia de piás guris moleques curumins até O sol de Itararé rachando revólver de mamona Gibis do Flecha Ligeira na mão e tarde ardendo
Então a fila pra assistir a inauguração do pião O coração tamborilando rabo de olho na mira Enrolei a fieira na bundinha do pião maroteiro E fiz panca de Burt Lancaster depois da maleita
Soltei o pião lazarento (que apelidei de Garrincha) E ele foi de bubuia e fez reviravolteio na Rua Capilé Foi um deus-nos-acuda dos guris serelepes torcendo Pro meu pião querido ir de vareio no rio da bosta
Mas o caipora lazarento fez fricote zumbiu e parou Na minha mão direita como uma roseira de brincar
Eu era criança e Itararé tinha uma barulhança pueril Cresci virei peão de pegar no batente e fazer poemas
Silas Correa Leite. Educador, Jornalista Comunitário e Conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal “O Guarani” de Itararé-SP.
Fez Direito e Geografia, é Especialista em Educação (Mackenzie), com extensão universitária em Literatura na Comunicação (ECA).
Autor entre outros de “Porta-Lapsos”, Poemas, Editora A…
Tomo tu dolor, Cristo crucificado Y quiero bajarte de ese horror Quiero arrancar el clavo en tus pies clavado Para darte el conforte de mi simple amor Siento dolor, Jesús, al mirar tu estado Y quiero salvarte de ese terror Liberar tus brazos abiertos del madero armado Cantarte una cantiga, darte un cobertor.