Vou-me Embora de Itararé

Texto: |

Vou-me embora de Itararé
Vou servir na Legião Estrangeira
Vou amarrar meu burro na Praça da Paz Celestial na China
Vou namorar a Mia Farrow e me casar direitinho com ela
Ter três filhos, Peter, Paul and Mary

Vou-me embora de Itararé
Vou levar bolinhos de Piruás e Licor de Marolo
Vou contar causos do Zé Maria de Santa Cruz dos Lopes
Vou contar palha dizendo que sou amigo do Pintor Jorge Chuéri
Vou comprar um simca chambord
E tocar saxofone de cambuquira num buraco de Metro de Nova York

Vou-me embora de Itararé
(Minha Santa Itararé das Artes, Cidade Poema)
Vou esquecer o Bar do Calixtrato
Vou entrar para um mosteiro budista de Nepal
Vou amar The Beatles, Mahatma Gandhi e Raquel Welch pedaçuda
Ler as histórias de Bertold Brecht, Vladimir Maiakovski e Frederico Garcia Lorca
E aprender a cantar a Canção da Lua nas montanhas da Rússia czarista

Pito carito, Dito Rufino, vou voltar para Itararé
Com uma perna de pau e um olho de vidro
Sabendo tocar bandoneon e falando a língua dos anjos
Vou trazer uma cruz cristã ortodoxa de ouro
E uma lágrima xadrez tirada do olho de um peixe que não existe
E com saudades da terra-mãe, tendo a minha alma pegajenta e triste
Vou contar maviosos causos de viagens e prosopopéias
Voações… trigos e joios… encantários e contentezas
Que todos os meus amigos baristas dirão, o poetinha
Pirou de vereda: viajou na maionese, viajou no angu de bagre, na batatinha…

Vou ser enterrado em Itararé, seus boêmios caiporas!
Colocarão a bandeira de Itararé no meu peito de andorinha sem breque
Contarão causos, lerão meus poemas de amor a Itararé
E anjos com caras pintadas de palhaços mambembes
No Cemitério Lágrima do Céu de Itararé
Irão me benvindar com cachos de estrelas e cervejas de nuvens…

Vou-me embora para uma maravilhosa Itararé celeste
Ah meus camaradas da fauna notívaga de Itararé
Vou fazer poemas escarlates para Deus Criador
E lá do céu escreverei poemas saudosos sobre Itararé que eu amo tanto
Que o bom Deus nessa Itararezinha do futural devir
Haverá de me abençoar, me perdoar e sorrir
Com meus causos e acontecências de tanto viver
Tanto viajar, tanto sonhar, tanto EXISTIR

-0-

  • www.itarare.com.br

Leia também:

Silas Correa Leite [Poeta, Escritor, Jornalista Comunitário e Educador Brasileiro]

Silas Correa Leite. Educador, Jornalista Comunitário e Conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal “O Guarani” de Itararé-SP.

Fez Direito e Geografia, é Especialista em Educação (Mackenzie), com extensão universitária em Literatura na Comunicação (ECA).

Autor entre outros de “Porta-Lapsos”, Poemas, Editora A

Poema Cristo Crucificado

Tomo tu dolor, Cristo crucificado
Y quiero bajarte de ese horror
Quiero arrancar el clavo en tus pies clavado
Para darte el conforte de mi simple amor
Siento dolor, Jesús, al mirar tu estado
Y quiero salvarte de ese terror
Liberar tus brazos abiertos del madero armado
Cantarte una cantiga, darte un
cobertor.

Siento tu dolor, mi Dios, allí clavado
Que vier

Livroterapia

Biblioterapia, a Terapia da Leitura Que Cura Almas, Corações e Mentes

Livroterapia, Um Remédio Caseiro e Casual Que Escancara e Cura?

-Doutor, estou com graves problemas emocionais, de depressão a falta de apetite, de baixa estima a obesidade mórbida, que remédio o sr me indica?

-Leia o livro tal. Você vai adorar. Vai fazer um bem enorme pra vc. Pratique es

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *