Silas Correa Leite [Poeta, Escritor, Jornalista Comunitário e Educador Brasileiro]

Silas Correa Leite. Educador, Jornalista Comunitário e Conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal “O Guarani” de Itararé-SP.

Fez Direito e Geografia, é Especialista em Educação (Mackenzie), com extensão universitária em Literatura na Comunicação (ECA).

Autor entre outros de “Porta-Lapsos”, Poemas, Editora All-Print (SP) e “Campo de Trigo Com Corvos”, Contos, Editora Design (SC), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal 2007, e “O Homem Que Virou Cerveja”, Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio, livro ganhador do Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador Bahia, 2009, Giz Editorial, SP.

Seu e-book de sucesso “O Rinoceronte de Clarice”, onze ficções, cada uma com três finais, um feliz, um de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, por ser pioneiro, foi destaque na mídia como O Estadão, Jornal da Tarde, Folha de SP, Diário Popular, Revista Época, Revi

Poema Cristo Crucificado

Tomo tu dolor, Cristo crucificado
Y quiero bajarte de ese horror
Quiero arrancar el clavo en tus pies clavado
Para darte el conforte de mi simple amor
Siento dolor, Jesús, al mirar tu estado
Y quiero salvarte de ese terror
Liberar tus brazos abiertos del madero armado
Cantarte una cantiga, darte un
cobertor.

Siento tu dolor, mi Dios, allí clavado
Que vierte tu sagrada sangre,
conductor
Quiero verte puro y eterno,
resucitado
Durmiendo en mi cuello de pobre pájaro-flor…

Tomo tu dolor, grandioso espíritu elevado
Házme tu discípulo, siervo y pastor
Pues descendiste del calvario
y en el cielo reinas alado
Libre del martirio del antiguo imperio
pecador

Tomo tu dolor, Dios bienaventurado
los hombres te llevan como salvoconducto
redentor

Mas insisten aún en tenerte
crucificado
¡Cuando vives y reinas en tu infinito Amor!

[Para Mel Gibson]


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Livroterapia

Biblioterapia, a Terapia da Leitura Que Cura Almas, Corações e Mentes

Livroterapia, Um Remédio Caseiro e Casual Que Escancara e Cura?

-Doutor, estou com graves problemas emocionais, de depressão a falta de apetite, de baixa estima a obesidade mórbida, que remédio o sr me indica?

-Leia o livro tal. Você vai adorar. Vai fazer um bem enorme pra vc. Pratique esportes. Não beba, não fume. Viaje no livro.

-Doutor, pensei em me matar. Não fui uma boa filha. Só fiz coisas erradas. Más escolhas. Agora a idade me cobrando. Caiu a ficha. Preciso de tratamento.

-Vou indicar um remédio: esses livros aqui… Leia-os. Volte a estudar. Se quiser, procure uma igreja, mas lembre-se que um bom livro é melhor do que farmácia, shopping, praia, afinal, vc não pode fugir do lugar que está, do lugar que vc é. Humorterapia tb ajuda. Mas no livro vc se encontra e viaja na maionese, na batatinha… Um ótimo livro é melhor do que Rivotril.

“FilosoSilas”

Cem “Bijutelíricas” do Livre Pensador Humanista Silas Corrêa Leite

(Perguntamentos, Desesespelhos, Desabandonos e Alucilâminas)

Almanaque de Cem Doses de LactobaSilas e suas “siladas”

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“Adquirimos sabedoria? Eis um belo paradoxo,

já que a sabedoria é fruto das perdas

e não das aquisições.” (Alma Welt)

01.Quem tem uma só breve e inócua razão para querer continuar existindo, é doido de parafuso solto e da pá virada e da pá varrida…

02.O destino da existência do chamado “humanus” no telúrico inferno humanizado é a nossa cruz adâmica ancestral e ainda corrompida

03.A natureza nos protege de nós, porque quando nos sentimos superiores por ela somos derrubados como árvores podres

04.Só os imbecis são felizes

05.Nossa infância é o nosso maior tesouro

Íntimo Blues, poemas

C O I S A S
As coisas existem antes de nós
Apenas as continuamos
Ou não
O poeta mesmo com sua irrazão
É elo de continuação

As coisas sobrevivem depois de nós

  • Além da razão –
    As poesias mesmo
    São eternas como centeio, trigo, aveia
    Grãos

As coisas existem dentro de nós
Antes mesmo da concepção
Poemas nada mais são
Que íntimos aleijados
Querendo ser purificados
Nos escombros da perpetuação

M U L H E R
Você não sabe o que é
Dormir no escuro
O rastejar do verme
No monturo
E a mulher grávida mentindo
Dizendo : – Eu juro !

Você não sabe o que é
Dormir no claro
O respirar do objeto
No íntimo faro
E a mulher tossindo verde
Dizendo : – É ácaro !

Você não sabe o que é
Dormir sentindo
O controlar do medo
De morrer dormindo
E a Mulher – Noite sorrindo
Dizendo : – Benvindo !

Os 18 anos de Silas

O autor, com dezoito anos, na Praça da Luz em São Paulo, Ano 1970, recém chegado de Santa Itararé das Letras, migrando para estudar, trabalhar e poder realizar seus sonhos de escrever livros e vencer na vida.

Almanaque de natal 2010

POEMA

Ouço o jazz
Da serralheria artística

Mais do que ouço;
Vejo

(Cordas e Metais, SCL)

COLAPSO
A poesia é o capital simbólico das seqüelas do meu dezelo íntimo e colapso existencial (SCL, In, Lume Neutro, Caderno de Rascunhos Poéticos, Dezembro 2010)

CAFEINATO
“Resto de café/No copo, sobra/Só, o cheiro/Que reina…” (SCL)

SALVAÇÃO
A minha poesia me salva de mim, porque me aliena do mundo em que estupidamente sobrevivo (SCL)

PITANGAL
Chão de pitangas:
A árvore debulha sangue
E drops góticos
( Terceto Rubro No Chão, SCL)

INQUERER
A vida me deu um baita abacaxi para descascar/Fiz uma caipirinha de limão para a patroa/E fui tomar chope com os amigos no bar (SCL)

VERSUS
Acho que quero que todos os poemas de minha vida/Preencham para sempre a minha infância perdida (SCL)

ALMANAQUE
01)-Os dias assam como um canivete numa cebola –

Doador universal de sangue

Crônica de Uma Doação de Sangue

O estoque de sangue estava baixíssimo. A campanha pelo rádio e tevê, naquela friorenta e úmida sexta-feira de final de agosto de 2003, cobrando doares de todos os tipos de sangue, não funcionara como previram, e como os atendera em outras vezes na mesma situação de carência. Os voluntários não vinham. O desânimo era geral. Da UTI vinham os recados via-rádio de que muitos pacientes até mesmo em Coma estavam em situação de risco por causa daquela carência vital. Enfermeiros tristes suspiravam nos postos de coleta vazios. Até mesmo, informavam, o impressionante menino superdotado de nome Rafael Orlando, que tivera um acidente com skate numa pista pública de Itararé, cidade do interior, estava entre a vida e a morte, poderia morrer em pouco tempo.

Os enfermeiros do Hospital das Clínicas começaram a escolher, entre ele, sem os riscos naturais c calculados, quem poderia doar sangue com segurança. Mobilização g

Eugenia

Para Eugenia Melo e Castro,
Cantora Portuguesa

Hoje eu te vi cantar pela primeira vez
E havia naus seculares no remanso de teu cântico em deleite
Tua voz vinha como um cravo vermelho na iluminura do
rosto
Que até amanheci minha matiz poética.

[Hoje te ouvi numa voz que sorria no soar
E teus olhos tinham estilhaços de velas acesas trazidas da
alma
Tua voz tecia o bilro – num tear de azulejos íntimos
Que plantei petúnias nos sonhos]

Hoje te vi cantar pela primeira vez
E sei que apenas foi um Reencontro
De milênios.

[Mas não chorei
Loucos não choram nunca mais.
Loucos escrevem-se
E ouvem chamados íntimos, antigos; de um, agora, inexistente
Cais.]

Hoje te vi cantar
E não voei, não escrevi, não tomei cerveja preta
Pus-me a te contemplar água viva
Estrela do Mar na âncora do meu Ser Nau Catarineta.

Sei que voltarás para o Rio Tejo
Portugal está em tu

Conto Garrafas

“O senhor mire, veja: o mais importante e
bonito do mundo é isto: que as pessoas não
estão sempre iguais, ainda não foram
terminadas… ”
– Guimarães Rosa

-Sabe porque mandei chamá-lo, Seu Cirineu!

-Sei não doutor, sei não Seu Delegado…

-O senhor sabe o que é isso?

-Depende, doutor. Depende muito…

-O senhor não me enrole, está vendo, Seu Cirineu? Não me maroteie.

-É só uma ideiazinha minha, doutor.

-O senhor todo santo dia, sem tirar nem pôr, sem parar, faz uma mensagem de pedido de socorro curta e grossa, envia numa garrafa de cerveja que entorna de vereda feito um viciado de miolo mole, e atira numa vazão do Rio Itararé?

-Pois é, Seu Doutor. Não pensei que um bendito dia iriam descobrir esse meu segredinho de mala e cuia, esse meu defeito de fabricação por assim dizer, esse meu probleminha…

-O senhor bate bem da cachola, Seu Cirineu?

-Fo